As
éguas são poliéstricas estacionais, ou seja, possuem estações ovulatórias e
anovulatórias que estão associadas respectivamente com dias longos e curtos.
Assim a maioria das éguas ciclam nos períodos em que os dias são mais longos
(primavera e verão), e entram em inatividade sexual , o anestro, no outono e
inverno. O ciclo consta de dois componentes, o estro, onde a égua aceita o
garanhão e ovula, ou seja, libera o óvulo para ser fertilizado pelos
espermatozóides, e o diestro que é o período entre a ovulação e um novo cio.
O ciclo ovulatório da égua tem em média 21 dias de duração, sendo 14 dias de
diestro e sete dias de estro (cio), já as ovulações ocorrem geralmente no
penúltimo dia do cio, mas isso varia muito entre os animais.
Durante o cio, A égua se posiciona para urinar, eleva a cauda, libera pequenas
quantidades de urina e expõe o clitóris através de contrações rítmicas e
prolongadas. É nessa fase que a égua aceita a monta do garanhão.
Apesar de o sêmen de alguns reprodutores sobreviverem por mais de 48 horas no
útero das éguas, o ideal É que o intervalo entre as coberturas não
ultrapassasse esse intervalo. O exame ginecológico das éguas por palpação retal
e ultra-sonografia, realizado por um médico veterinário, possibilita que as
éguas sejam cobertas o mais próximo possível do momento da ovulação evitando o
desgaste do reprodutor e também diminui os riscos de endometrite pós-cobertura,
uma inflamação uterina que algumas éguas apresentam por acumular os resíduos de
sêmen e se agrava quando a égua é coberta várias vezes.
A gestação normal da égua dura em média 330 dias, podendo variar de 315 à 360
dias. O diagnóstico da gestação pode ser feito precocemente através de
ultra-sonografia, por via retal, 14 dias após a ovulação. Ao se diagnosticar a
gestação o mais cedo possível se possibilita que as éguas que não emprenharam
sejam observadas com maior cuidado para serem cobertas no próximo cio ou ainda
serem manipuladas através de hormônios para que entrem em cio mais rapidamente.
O exame ultra-sonográfico precoce também permite diagnosticar gestações
gemelares, indesejadas em eqüinos pois têm alta taxa de aborto e os potros que
nascem geralmente não sobrevivem. Nessa fase é possível esmagar um dos embriões
deixando o outro nascer, fazer uma restrição alimentar para que somente um
embrião sobreviva ou abortar a égua para que ela seja coberta novamente.
O “cio do potro” é o primeiro cio pós-parto. Normalmente ocorre de 5
a 15 dias após o parto, mas algumas éguas podem
apresentar cio até 45 dias após o parto ou apresentar cio silencioso. O cio do
potro deve ser usado quando não houver complicações no parto e período
pós-parto, ou seja, se não houve retenção da placenta ou presença de
corrimentos.
Os problemas mais comuns que interferem no ciclo estral podem ser de origem
ovariana ou uterina. Os problemas ovarianos incluem tumores e hematomas
ovarianos, entre outras. De origem uterina estão as endometrites como causa
direta, endometrioses e cistos endometriais como causas indiretas. Além disto,
podem ocorrer as perdas embrionárias e fetais, interrompendo a gestação. As
causas das perdas embrionárias e abortos podem ter origem infecciosa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário